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SESSÃO “TRANSPORTES E ENERGIA – REGULAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS NA TRANSIÇÃO ECOLÓGICA”

SESSÃO “TRANSPORTES E ENERGIA – REGULAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS NA TRANSIÇÃO ECOLÓGICA”

O painel conduzido pela AMT, no 1º Encontro das Entidades Reguladoras Portuguesas, com o tema “Transportes e Energia – Regulação e Políticas Públicas na Transição Ecológica”, teve como participantes Ana Paula Vitorino, presidente da AMT, José Manuel Viegas, professor emérito do IST – Instituto Superior Técnico, Luís Barroso, Presidente Mobi.E – Mobilidade Elétrica, Maria Boile, da Universidade de Piraeus, e Angel Aparício, da Universidade Politécnica de Madrid. Em debate esteve a relevância da regulação no desenho das políticas públicas, tendo como pano de fundo a transição ecológica e energética.

Na sua intervenção, a presidente da AMT afirmou que é “urgente uma visão integrada e abrangente dos sistemas de transporte e energia da Europa para realizar as transições necessárias”. Ana Paula Vitorino abordou a questão da eletrificação e os passos que têm sido dados para aumentar o fornecimento de eletricidade e instalar a infraestrutura necessária para o carregamento de veículos elétricos, referindo ainda outras soluções, como os biocombustíveis e a produção de hidrogénio verde.

O setor dos transportes foi responsável por 1/4 das emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia, em 2019. Nesse contexto, Ana Paula Vitorino alertou para a possibilidade do não cumprimento das metas climáticas até 2050, referindo que, em Portugal, nas últimas décadas, verificou-se “um aumento da utilização do transporte individual e uma redução no uso do transporte público”.

“Pensar na mobilidade, mesmo que de forma integrada e multimodal, não se pode resumir apenas à construção das respetivas infraestruturas e cada vez mais se deve focar no planeamento, na eficiência e digitalização, na sustentabilidade e no potencial de geração de riqueza, emprego e coesão territorial”, referiu a presidente da AMT.

Ana Paula Vitorino defende que, no que toca ao transporte de passageiros, a ferrovia deve ser a “espinha dorsal do sistema de transportes para efetivamente descarbonizar a economia, nomeadamente através de soluções tecnológicas; de sistemas inteligentes e plataformas agregadoras mais eficientes; e da integração de soluções que promovam a eficiência energética das frotas de transporte público e dos veículos privados, entre outras."

Ainda durante a sua intervenção, a presidente da AMT anunciou que a entidade a que preside criou recentemente o Fórum de Reflexão Estratégica da AMT, “como plataforma de debate e auscultação de especialistas, de personalidades de reconhecido mérito e independência, de empresas, de associações e de outras entidades públicas e privadas relevantes para o desenvolvimento deste setor”, por forma a construir uma “visão partilhada do futuro consentânea com a dimensão dos desafios que se colocam a todos e a cada um de nós.”