Saltar para o conteúdo principal

SESSÃO DE ENCERRAMENTO DA CONFERÊNCIA DESAFIOS DA MOBILIDADE NOS TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE

Sessão de Encerramento da Conferência Desafios da Mobilidade nos Territórios de Baixa Densidade

Ana Abrunhosa: “A AMT ao promover estas iniciativas está a fazer coesão social e territorial”

A conferência “Desafios da Mobilidade nos territórios da baixa densidade” terminou com uma certeza: todos querem que no nosso país exista equidade”.  A observação de Ana Paula Vitorino, presidente da AMT, organizadora da iniciativa, sintetizou o sentimento expresso ao longo da conferência, que terminou com um apelo de Ana Abrunhosa para que se trabalhe em conjunto, de forma a encontrar soluções que promovam a coesão territorial.  

Na sua intervenção, a ministra começou por enaltecer a realização do evento, agradecendo à AMT pelo excelente trabalho que tem feito: “ao promover estas iniciativas está a fazer coesão territorial e social.”

Ana Abrunhosa reconhece que há uma “dualidade que persiste no país”, mas considera que o problema não se resolve colocando o litoral versus o interior. “É uma dualidade que devemos evitar. Os territórios, sendo diferentes, têm também de ter soluções diferentes.  Sabemos que temos mais população no litoral e isso, naturalmente, apela a que haja mais meios de transporte, de interface, etc. Por outro lado, temos menos população no interior, mas isso não ser a base numa folha de excel, porque dessa forma só vamos cavar ainda mais o fosso. Há um mínimo sobre o qual não podemos descer, mesmo que a oferta seja excedentária face à procura. Portanto, a coesão social e territorial depende de cumprir este limite mínimo, e digo isto na área da acessibilidade e mobilidade, na saúde ou da educação. Contudo, isto é uma decisão política e não económica.”

Na opinião de Ana Abrunhosa, um país que quer ser coeso não pode usar apenas como indicador para o investimento, “a população ou outros indicadores que nós sabemos que vão diminuir essa coesão”.  E ao defender esse pensamento, a ministra lançou o repto ao próprio poder político: “Nenhum governante se deve incomodar de, ao querer contrariar as assimetrias do território, aplicar o investimento público que inicialmente projetou mesmo que a procura não justifique esse investimento”

A ministra admitiu ainda que há consciência generalizada de que existem territórios, sobretudo no interior, onde ainda é preciso “fazer investimentos em infraestruturas rodoviárias”. “Isso é um problema que temos que assumir”, observou, adiantando não ser correto reduzir o tema da mobilidade às infraestruturas rodoviárias e deixar para segundo plano os serviços de transporte. “Os desafios atuais obrigam-nos a pensar não só na mobilidade, mas também na acessibilidade e aqui as tecnologias são importantes.” E neste capítulo, também há que ter em conta a literacia digital, “uma vez que a tecnologia não chega a toda a gente.”

Na sua opinião, a resposta dos transportes deve ser dada ao nível intermunicipal. “Quando se desenham soluções de mobilidade e intermodalidade dos modos de transporte é muito importante que se oiça os diferentes intervenientes, como autarcas, agentes económicos e operadores de transporte. ”Para que as melhores soluções sejam encontradas, a única forma é “trabalharmos todos em conjunto.” 

Foi um trabalho conjunto, o que se assistiu durante toda a conferência, como reconheceu Ana Paula Vitorino, que agradeceu o contributo de todos os participantes: “Todos os painéis foram de elevada qualidade. Estivemos aqui numa ação de coesão do nosso território, de coesão territorial e social, porque o que queremos é que no nosso país exista equidade”.