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PAINEL II: A PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE, PROXIMIDADE E COESÃO SOCIAL E TERRITORIAL ATRAVÉS DO PLANEAMENTO E DA ORGANIZAÇÃO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES

Painel II: A Promoção Da Acessibilidade, Proximidade E Coesão Social E Territorial Através Do Planeamento E Da Organização Da Mobilidade E Dos Transportes

O segundo painel da Conferência “Desafios da Mobilidade nos territórios de baixa densidade” teve como keynote speaker Álvaro Costa, Professor Associado e Membro da Comissão Científica do Programa Doutoral em Planeamento do Território da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Na sua exposição, frisou que sem comunicações é impossível criar desenvolvimento territorial. Na mesma medida, para que as respostas sejam ajustadas às necessidades das populações é essencial conhecer bem o território.

Álvaro Costa defendeu que as questões de mobilidade não podem ser vistas de forma independente, fazendo uma correlação entre educação e mobilidade, ao apresentar um exemplo de melhoria de rendimento escolar quando os alunos passaram a despender menos tempo no caminho para a escola.

O professor da Universidade do Porto apresentou ainda casos concretos de modelos de transporte flexível nas regiões de baixa densidade e terminou com uma recomendação: “Só resolvendo toda a cadeira de movimento das pessoas é que se conseguem alterações na escolha modal e na competitividade dos territórios pela fixação das pessoas e das atividades”.

A primeira oradora do II Painel foi Paula Teles, Presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, que colocou no centro do debate duas palavras: descarbonização e humanização, conceitos que, na sua perspetiva, devem andar de mãos dadas. Paula Teles considera que “se a habitação é o primeiro direito, a mobilidade é o segundo. Sem mobilidade não há liberdade”.
Por fim, a oradora chamou a atenção para o facto de a mobilidade ter uma estreita relação com a saúde pública das populações, e referiu a necessidade de promover modos suaves de mobilidade, bem como a humanização das nossas cidades, vilas e aldeias.

Por sua vez, António Miraldes, Secretário-Executivo da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela – CIMBSE, fez uma caracterização desta comunidade intermunicipal, destacando um facto que a todos deve preocupar: o envelhecimento da população nesta região. A demografia reflete-se, de forma evidente, na rede de transportes implementada nos municípios da região, que por sua vez tem consequências a nível financeiro, alertou.
António Miraldes continuou a sua exposição com um retrato do que tem sido feito na CIMBSE, na área dos transportes, bem como o peso que essas mesmas ações têm na saúde financeira das Câmaras Municipais. Para finalizar, abordou o sistema de transportes flexíveis, que já está implementado em alguns concelhos, e a intenção de o alargar aos 14 Municípios da CIMBSE.

O último orador a intervir neste painel, moderado por Fernando Gonçalves Diretor do Transportes & Negócios e jornalista especializado no setor dos Transportes e da Logística, foi Luis Cabaço Martins, Presidente da ANTROP - Associação Nacional de Transportes de Passageiros. Na sua exposição, defendeu que é preciso encontrar soluções para equilibrar a oferta e a procura de transporte nestas regiões, dado que têm menos rendimentos médios e custos operacionais mais elevados. Cabaço Martins referiu ainda que é necessário encontrar um modelo de financiamento que seja mais justo para os operadores de transporte, que não devem ser responsabilizados pelo financiamento da política social.