Saltar para o conteúdo principal

PAINEL I: AS ESPECIFICIDADES E NECESSIDADES DOS TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE E DE OCUPAÇÃO DISPERSA

Painel I: As Especificidades e Necessidades dos Territórios de Baixa Densidade e de Ocupação Dispersa

No arranque da 2ª parte da Conferência “Desafios da Mobilidade nos Territórios de Baixa Densidade”, Daniela Carvalho, Coordenadora do Núcleo de Políticas e Regulação dos Transportes da TIS, Anabela Dinis, Pró-reitora para a Área Financeira da UBI, Teresa Sá Marques, Professora Associada e Diretora do Departamento de Geografia da FLUP e Hélio Fazendeiro, Chefe do Gabinete do Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, foram oradores no painel “As especificidades e necessidades dos territórios de baixa densidade e de ocupação dispersa”, com a moderação de Rui Pelejão, Sócio-Gerente e Diretor de Marketing do Jornal do Fundão.

Daniela Carvalho iniciou o primeiro painel com uma intervenção sobre os desafios globais, com foco nas necessidades das zonas rurais e de baixa densidade, e apresentou diversos dados socioeconómicos, comparando o contexto português com a realidade europeia, com destaque para dados relacionados com a pobreza energética e a pobreza de transportes. Teve ainda a oportunidade de falar sobre algumas das estratégias que têm sido adotadas no âmbito do Green Deal, principalmente a nível europeu, no qual se prevê que “as zonas rurais vão ter um papel muito importante na transformação da Europa para o continente limpo que queremos, climaticamente neutro até 2050”. 

Depois da intervenção inicial, seguiu-se o debate sobre as especificidades sociais, económicas e ambientais dos territórios de baixa densidade, incluindo o contributo das políticas de ordenamento e de planeamento do território para a maximização das suas potencialidades.

Anabela Dinis iniciou o debate com uma análise de diversos fatores como o índice de envelhecimento, de desemprego, de poder de compra e de remuneração média mensal de trabalhadores, comparando o literal com o interior. “Quando falamos de baixa densidade temos que pensar na complexidade do conceito, que não é só demográfico”, afirmou, concluindo que existem fortes assimetrias entre as regiões e apontando para a necessidade de tirar proveito do potencial de cada região. 

Por sua vez, Hélio Fazendeiro abordou o caso da cidade da Covilhã e do seu exemplo ao nível de transportes urbanos, reforçando a aposta da autarquia nos transportes intermodais - “o interior de Portugal, os territórios de baixa densidade, representam uma grande parte do nosso território e nós queremos fazer parte do sucesso de Portugal e da sociedade portuguesa”. 

Por último, Teresa Sá Marques falou sobre os serviços nas zonas de baixa densidade e da necessidade de “dar valor ao território” e de melhorar as questões de acessibilidade, que devem ser analisadas em dois sentidos: a deslocação das pessoas e a deslocação dos serviços. Acrescentou ainda que é fundamental trabalhar no desenvolvimento do sistema urbano policêntrico e em políticas inovadoras, afirmando que “Portugal só cresce, só se torna mais competitivo, se todas as regiões contribuírem para esse crescimento. Mas o crescimento faz-se, constrói-se, transforma-se a partir de recursos diferentes”.